Tenho amigos
antigos
certos
fiéis
de todas as horas
para todas as horas
Tenho amigos
que me amam
que me escutam
que me aconselham
que me ajudam
Tenho amigos
que não me esquecem
que me admiram
que me defendem
que rezam por mim todos os dias
Tenho amigos que me telefonam
que me escrevem
que não me telefonam
nem escrevem
mas pensam em mim
mas nenhum me abraça
com um abraço maternal,
aquele que se faz com dois braços
e um colo
e cria um espaço terno e invulnerável
que nos defende de tudo,
até da morte...
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
TRANSLAÇÃO
deitar o esqueleto sobre a cama
esticar devagar os membros inferiores
deixar flectida em ângulo a perna esquerda
unir como rezando as mãos
procurar junto à almofada o livro
escutar o oceano,
o que escuto é pacífico,
e pacifico-me depois com profecias
habito nelas
ou nos sonhos onde descubro raízes ou temores
acordo e recomeço,
como um planeta dou a volta ao dia
numa translação infinitamente pequena
de novecentos e sessenta minutos
até deitar o esqueleto sobre a cama
e esticar devagar os membros inferiores
deixando a perna esquerda flectida, levemente
esticar devagar os membros inferiores
deixar flectida em ângulo a perna esquerda
unir como rezando as mãos
procurar junto à almofada o livro
escutar o oceano,
o que escuto é pacífico,
e pacifico-me depois com profecias
habito nelas
ou nos sonhos onde descubro raízes ou temores
acordo e recomeço,
como um planeta dou a volta ao dia
numa translação infinitamente pequena
de novecentos e sessenta minutos
até deitar o esqueleto sobre a cama
e esticar devagar os membros inferiores
deixando a perna esquerda flectida, levemente
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
virtualmente...
Os cotovelos apoiados na mesa
a cabeça entre as mãos
o cabecear ligeiro
os vaga lumes do outro lado da vidraça
as copas dos pinheiros mansos
uma nesga de mar
a lua
o ouvido que lateja
a humidade que faz tossir
o bronco haler
as ausências
a fadiga
os irreversíveis nãos
as horas
já são horas
vou dormir
apago a luz
apago
me.
a cabeça entre as mãos
o cabecear ligeiro
os vaga lumes do outro lado da vidraça
as copas dos pinheiros mansos
uma nesga de mar
a lua
o ouvido que lateja
a humidade que faz tossir
o bronco haler
as ausências
a fadiga
os irreversíveis nãos
as horas
já são horas
vou dormir
apago a luz
apago
me.
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